Esta seria a altura ideal para responder: “Têm razão, vamos aumentar os numeros clausus de medicina!”.
Esta foi uma grande escorregadela de Pedro Nunes que no fundo queria dizer que os médicos portugueses estão a ser mal pagos. No entanto ninguém estranha que todas as profissões em portugal sonham ganhar o salário da sua profissão em Espanha menos os médicos? Não estarão os salários dos médicos desajustados face à realidade nacional?
O tratado de Lisboa foi chumbado na Irlanda, por aqueles que foram ouvidos pelos seus governantes. Este primeiro-ministro poderá sofrer junto dos seus congéneres europeus mas, para mim, é aquele que menos vergonha deve ter pois foi o único que tentou fazer do Tratado de Lisboa uma decisão dos Irlandeses e não uma decisão sua, ou do seu governo.
A distanciação nas próximas eleições europeias provém deste atestado de burrice que nos têm passado desde 1986. A luta da Irlanda foi uma luta pela informação e uma lição que este tratado precisa de mais substância do que uns arranjos institucionais que nada dizem aos europeus.
Eu gostaria de votar “Sim ao tratado de Lisboa” ou “Não ao tratado de Lisboa” no meu boletim de voto das eleições europeias que se aproximam, de modo a marcar o meu descontentamento por não ter tido uma palavra a dizer no mesmo.
O meu pai, grande combatente da liberdade no 25 de Abril chamou-me a atenção para o LockOut:
Lockout é a recusa por parte da entidade patronal em ceder aos trabalhadores os instrumentos de trabalho necessários para a sua actividade. É proibido pela Constituição portuguesa no número 4 do artigo 57º.
E esta hein? O Estado nada fez para fazer cumprir a constituição portuguesa.
O Governo decidiu cobrir a subida de forma a impedir especulações sobre a mesma e mais manifestações.
Uma subida de 16% nas pontes seria a gota que ia transbordar o copo. O businão do século XXI esteve mais perto do que alguma vez se pensou estar. Mais uma vez não posso de censurar os privados que em altura de crise pedem “beneficios especiais, em alturas especiais” que depois se tornam “direitos adquiridos”.
Lourenço Bray:
consultores em protesto
Aqui por sugestão de um colega, vamos fazer um bloqueio de consultores. Deu excelentes resultados com os camionistas.A nossa lista de exigências é a seguinte:
1 -Exigimos isenção de IVA na compra de fatos e gravatas. Não são “roupas”, são ferramentas de trabalho e/ou instrumentos de martírio;
2- Exigimos o desenvolvimento laboratorial de alternativas saudáveis à cafeína e à nicotina;
3- Exigimos quotas obrigatórias de mulheres, especialmente em consultoras de tecnologia em que existem 97% de homens licenciados em engenharia informática no técnico, um resquício de discriminação salazarista e machista;
4- Exigimos aumentos salariais indexados à taxa de inflação e contratos de trabalho colectivos;
5- Devido aos assaltos de que somos vítimas por andarmos de um lado para o outro com portáteis, exigimos a presença de PSP nos percursos do escritório para o transporte e um vidro protector, aliás, 4 vidros protectores à nossa volta, permanentemente;
6- Exigimos o direito a usar calções, sandálias e t-shirt em dias de temperatura superior a 30º.
7- a medida 4 era a gozar;
8- exigimos gasóleo consultant, da mesma forma que há gasóleo agrícola ou gasóleo camionista, acabando com a discriminação feita sobre os nossos BMW;
Caso as medidas não sejam satisfeitas, os consultores amuam e deixam de consultar, forçando as empresas e o país a tomarem más decisões, com danos irreversíveis para a economia. Os consultores queimarão portáteis às entradas de parques de estacionamento de edifícios de escritórios, tentando bloquear o acesso dos civis ao Colombo, ao Vasco Da Gama e à Amoreiras ao fim de semana, causando o pânico e a corrida desenfreada aos centros comerciais suburbanos de alcochete, montijo e almada.
Eventualmente, os consultores sub-contratarão camionistas e camiões para bloqueios de estradas e agressões a consultores que não participem no bloqueio.
Ontem vim para o Algarve e pensei que já tinha saído do continente europeu há algum tempo. Camiões que transportavam gasolina, ou derivados do ouro negro, eram guiados por batedores da polícia, a estrada nacional estava interrompida por policias e camionistas, 1 morto, vários feridos.
Hoje não há gasóleo e tudo porque quem tem actividades não lucrativas quer ajudas dos contribuintes que trabalham e descontam. Em vez de descontar vou abrir uma empresa, e se ela não der lucros fecho as estradas e exijo subsidios, se alguém não me respeitar leva com pedradas… eu sei que a polícia nada me irá fazer porque estarei de greve.
Um pequeno interlúdio para mostrar as minhas férias de “esquerda caviar”. Espero ver a frugalidade dos que me acusam e o negam ser.
Era previsível, se o governo apoia um sector de actividade por causa “da alta dos preços da gasolina”, porque não deve apoiar outros sectores? Desta vez são os camionistas, e com alguma razão, se os pescadores foram apoiados eles também merecem ser apoiados. E claro, se forem os camionistas, para a semana serão a industria do transporte de passageiros, e na seguinte os agricultores, e depois quem quer que seja até se apoiar o mais ínfimo condutor. Por fim, quando todos forem ajudados ninguém o foi e lá subirão os impostos. A culpa? De quem cedeu, e abriu a torneira.
Que a senhora finalmente reconhece a derrota? Acabadas as eleições é assim que vai ser o futuro. Obama a falar e Hillary a ver.
Confesso que aquilo que para muitos era coragem e abnegação, para mim era apego ao poder e medo de encarar uma derrota que no inicio parecia impossível. Desde que Barack Obama embarcou na sua onda de vitória que o destino parecia certo. Os seus discursos empolgantes e a sua mensagem de mudança fizeram toda a diferença.
A Hillary resta o prémio de consolação. Venceu no voto popular. São as particularidades do sistema americano. O que pode fazer com isso fica agora nas suas mãos. Esperemos para ver o futuro. Eu, pessoalmente, não acredito numa posição de vice presidente.
Esperemos agora pelo confronto com McCain. Uma vez mais a Europa torce pelos Democratas.
Palermice de Bacalhau 